Análise Visual – Capítulo 1

(Por Ana Clara)

                Durante os estudos para a criação da ilustração do Capítulo 1, testei muitos formatos de composição, alguns até mesmo com nosso enigmático Malaquias visto de frente. A escolha final, contudo, priorizou manter o mistério cercando este personagem (e sua aparência), que aparece de costas.

                Malaquias escreve suas anotações enquanto estuda o livro Os Cinco de Illuria e, por ser um Arquimago, pode controlar muitas coisas ao mesmo tempo. Escolhi criar uma cena em que, enquanto lê o livro, utiliza suas penas para escrever seus pensamentos. Ele utiliza seu próprio alfabeto, que você pode notar ao olhar mais de pertinho. Também nessa aproximação podemos ver um pouco como é a edição do livro Os Cinco de Illuria que ele possui.

                Tudo parece girar em seu entorno, num fluxo contínuo. Essa sensação é dada pela escolha do posicionamento dos elementos principais, que remetem ao desenho de um 8, que também é o símbolo do infinito – a lemniscata. Outro motivo para optar por esta forma é que Malaquias é um necromante, ou seja, estuda a morte e como “vencê-la”. Vencer a morte nada mais é do que alcançar a eternidade, os dias infinitos. Logo, a composição remete diretamente ao que o Arquimago busca.

                Na estante de Malaquias (a única que aparece na imagem, porém não a única que ele possui) conseguimos ver muitos livros, pergaminhos e potes com materiais coletados para estudo. A arrumação da estante nos dá uma pequena noção de que ele, apesar da grande quantidade de objetos, mantém uma certa organização. Afinal, de que adianta ter muito material para estudos se não se consegue encontrá-los?

                Por fim, um dos meus elementos favoritos nessa ilustração é a janela. A noite e a lua lá fora ajudam a criar um clima de obscuridade e suspense, como uma fresta das revelações que se descortinam para Malaquias. Tudo isso nos deixa no escuro, assim como o Arquimago diante dos segredos que quer desvendar. Como ele, somos iluminados somente pela luz que o próprio necromante nos fornece, com suas velas mágicas de fogo azul – um símbolo para o conhecimento perdido dentro do desconhecido.

                Não sei vocês, mas eu gosto muito de ficar reparando pequenos detalhes nas ilustrações e, agora, tenho a oportunidade de criá-los, o que está sendo muito divertido!

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