Reinos de Illuria: Imiru

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IMIRU, O REINO DE FERRO

Geografia:

            Imiru é um dos dois reinos a ocupar território tanto na superfície quanto no subterrâneo de Illuria, sendo Qazárqan o outro. Na superfície de Primera, sua região é predominantemente montanhosa. Imiru ocupa uma pequena porção ao centro-leste do continente, fazendo fronteira com Galileo, Brammaccia, Édar Lunda e Qazárqan. No subterrâneo, Imiru ocupa uma região maior: todo o centro-nordeste (a região diretamente abaixo de Édar Lunda e Brammaccia), fazendo fronteira com Qazárqan e Ixvav.

            Na superfície, Imiru ocupa a porção norte da Cordilheira Dorsal, sendo a porção sul ocupada por Qazárqan. A capital – Imir – aloja-se em uma enorme montanha chamada Monte Tûrod, considerada a maior montanha de Illuria. A cidade a ocupa tanto por fora quanto por dentro, tanto por cima quanto por baixo. O monte fora assim nomeado em homenagem ao explorador lendário que teria fundado a cidade, Tûrod Imir. Os grandes portões de metal da cidade abrem-se para as Planícies Verdejantes, servindo como uma entrada legal para Tertiera (diferente das Grutas, cujo uso é ilegal na Era da Fortuna).

            Chega-se até o Tûrod pelas planícies, cruzando o Vale Hematita. Dentro do vale, além de inúmeras minas de ferro, também se encontra Gran Forja, uma província nascida da colaboração entre Galileo e Imiru. A cidade recebeu esse nome devido a uma grande forja instalada em sua praça principal. Segundo as histórias da época, naquela forja foram confeccionadas todas as armas e armaduras usadas pelo Sol de Ferro durante a guerra, após a qual teria sido desativada.

            Ligando Galileo até as profundezas do Tûrod, há uma estrada de ferro onde corre um trem a carvão. Os trilhos sobretudo servem para transportar carregamentos de minério, mas em horários específicos também corre um trem cujos vagões são destinados ao transporte de passageiros. A viagem entre Galileo e Imir, que normalmente levaria quase uma semana, de trem leva apenas um dia.

            É de Imir e de Gran Forja de onde vem todo o ferro de Primera. Por conta disso, as montanhas circundando o vale receberam o apelido de Montanhas-de-Ferro. Apelido esse que foi reforçado pelo atual estado da cordilheira: durante a guerra, foi extraída tanta hematita da terra, que pedaços inteiros das montanhas desapareceram, os quais os anões cobriram depois com enormes placas de metal, feitas do ferro que sobrou do orçamento de guerra. Irônico pensar que muitos daqueles buracos nas montanhas foram resultado da extração do ferro que, mais tarde, comporia os curativos que cobririam esses mesmos buracos.

            Usando da hematita extraída da Cordilheira Dorsal em combinação com a obsidiana encontrada em Tertiera, os anões desenvolveram uma liga especial, um ferro ultraleve mais resistente que qualquer metal atualmente produzido no mundo: o hôrfferu, o “ferro dos reis”, em Ferrita, a língua dos anões.

            No entanto, havendo cortado relações com os Elfos da Lua no fim da Era dos Heróis, o acesso de Imiru à obsidiana ficou bastante limitado, uma vez que a maioria das minas de obsidiana encontram-se em território de Ixtråajis. Atualmente, armas e armaduras feitas de hôrfferu são raridades cobiçadas por guerreiros do mundo todo.

            Na superfície, sua flora é composta pelas poucas árvores poupadas pelos machados dos anões, em sua grande maioria uma mistura e contenda entre os biomas de Galileo e Brammaccia, estando a cordilheira entre os dois. No subterrâneo, os túneis dos anões são bem construídos e retilíneos, favorecendo formas geométricas simples e ângulos retos. A fauna da superfície é composta por alces, bodes, cabras, ursos, leões-das-montanhas, aves de todos os tipos e monstros de pequeno e médio porte. No subterrâneo, a fauna é composta por lagartos gigantes, insetos gigantes, aracnídeos gigantes e monstros de todos os portes.

História:

            Segundo o mito popularmente aceito, os anões teriam sido criados durante a Terceira Era. Não há registros de anões jamais terem habitado outras regiões da superfície a não ser a Cordilheira Dorsal, embora haja vestígios de civilizações anãs em várias partes de Tertiera. Inclusive, em Tertiera encontram-se outras cidades anãs, governadas por diferentes clãs aliados ao clã real Imir.

            Embora seu nome tenha sido atribuído ao monte, a verdade é que Tûrod Imir era uma vergonha sobre a qual seu clã preferia não falar. Para sua família, um beberrão, mulherengo e trambiqueiro. Para si mesmo, um grande aventureiro! Quem diria que seria ele a fundar aquela que viria a se tornar a capital do reino.

            Havendo viajado o mundo, Tûrod aprendera o poder da cooperação, ensinamento que levou em consideração na arquitetura de Imir. Sua cidade abria-se para a superfície como um portão, servindo como passagem a todos os viajantes (como ele) e com comércio facilitado entre Tertiera e Primera. Graças à sua visão, Imiru cresceu e prosperou. Esse feito faz com que muitos historiadores chamem Tûrod de “Amarante dos Anões”, fazendo referência ao maior exemplo de liderança humano, muito embora Tûrod nunca tenha sido rei.

            Na Era da Travessia, quando os elfos vieram e ensinaram aos anões o conceito de monarquia, o sucesso da cidade fez com que na eleição entre os clãs, Imir fosse o escolhido para representar o reino que nascia: Imiru. Desde então, é responsabilidade do clã Imir atuar como os monarcas do reino, tarefa que eles cumprem com bastante seriedade. Ao contrário de Tûrod, o resto do clã Imir consistia de artesãos e clérigos. Os Imir transmitiram à sua Imiru seus valores, como trabalhar duro para conquistar seus objetivos e também sua fé inabalável no Ferreiro.

            No final da Era dos Deslumbres, após o incidente do Cataclismo Glacial em Édar Lunda, Primera foi infestada pelas centenas de necromantes que fugiram do Reino Invernal. Caçados pela inquisição galilena, a maioria desses necromantes enxergou em Tertiera uma chance de sobrevivência. Isso causou um aumento drástico na quantidade de mortos-vivos nos túneis subterrâneos, principalmente nos Túneis de Outrora.

            Foram os Imir a prontificarem-se a caçar os necromantes e exterminar os mortos-vivos, uma missão a qual se dedicam até os dias de hoje. Embora não pareça haver fim para a população de mortos-vivos, já não se veem mais tantos necromantes quanto antigamente. Até onde se sabe, a magia obscura teria sido totalmente erradicada de Imiru.

Presente:

            O envolvimento dos anões na Guerra Eclipsal deu-se naturalmente, motivado pela aliança de longa data entre anões e elfos, desde seu primeiro contato seis Eras atrás. Além disso, Trûr Imir, rei dos anões no período da guerra e um membro d’Os Cinco, estava diretamente envolvido na divulgação do livro Os Cinco de Illuria, cujas verdades supostamente teriam dado início à guerra.

            A vitória do Sol de Ferro e a formação do Império de Ceregalim elevou Imiru ao cenário político global em Primera, sendo o primeiro reino de Illuria a ter tanto influência no subterrâneo quanto na superfície.

            Da mesma forma como provera equipamentos e ferro para Cereleste e Galileo durante a guerra, Imiru continuava a desempenhar o mesmo papel agora, com suas Montanhas-de-Ferro. Em troca, Imiru recebia deles aquilo do que não podia prover a si mesma, como madeira e alimentos. Os anões, embora fossem mestres artesãos, nunca chegaram a dominar a agricultura. E o fácil acesso que tinham à madeira foi cortado quando a maldição caiu sobre Brammaccia, impedindo a entrada dos anões na Floresta Nebulosa.

            Atualmente, as coroas de Imiru repousam sobre as cabeças do rei Urdolin Imir e da rainha Gamta Imir. Nesse início de Era da Fortuna, os Imir sonham com expansão. Havendo revertido todos os danos da guerra, os anões puderam voltar a focar seus esforços naquilo que faziam de melhor: dar novas formas às coisas.

            Há rumores de um projeto ousado nas minas de Imir, muitos falam sobre uma escavação secreta em busca da cidade perdida dos anões – Karagard, a Primeira Cidade. Outros creem que não passa de uma lenda e que tal cidade e seus tesouros nunca de fato existiram.

Cultura:

            Os anões são amantes da ordem e rejeitam o caos em todas as suas manifestações. Sua linha de raciocínio retilínea manifesta-se em sua sociedade, em suas leis e até em sua arquitetura. Para um anão, quebrar uma regra é um absurdo, algo impensável. É raro para um anão seguir carreira como mago, já que a magia lida com forças caóticas, assim como é raro para um anão interessar-se pela carreira de aventureiro, ou outras profissões menos valorosas.

            Em dois momentos da vida, um anão é acometido por uma saudade incontrolável de casa e uma vontade irreprimível de estar entre rochas, sob a terra. Cada clã tem sua própria explicação para esse fenômeno, mas a verdade é que ninguém sabe ao certo o que o causa. A primeira vez ocorre ao aproximar-se da maioridade, em torno dos cinquenta e cinco anos, e a segunda vez ao aproximar-se da morte, perto dos duzentos e cinquenta anos.

            A sociedade dos anões é dividida em três castas: As Famílias Servis, As Famílias Nobres e A Família Real. Cada clã é composto por uma Família Nobre e as Famílias Servis que a servem como vassalos. O Clã Imir é chefiado pel’A Família Real e tem como vassalos As Famílias Nobres.

            Não existe entre os anões uma noção de hierarquia, superioridade ou inferioridade; para eles, cada posição social desempenha um papel essencial na engrenagem que move Imiru, cada célula serve um propósito.

            Imiru é protegida por um único, porém grandioso exército: os Guardiões de Ferro. É composto por membros de todas as castas, não importando sua origem. Entende-se por um dever de todas as famílias alistarem filhos e filhas nos Guardiões, para manter seus números sempre altos, muito embora não haja uma lei propriamente dita que torne o alistamento obrigatório. Servir Imiru como um de seus protetores é uma honra para qualquer anão ou anã. Os Guardiões favorecem infantaria pesada em combate e são o maior expoente de vanguarda em Illuria. Apesar de seu tamanho, o exército imirano não tem uma presença muito forte na superfície, estando mais ativos em Tertiera.

            Os anões são dados às festividades e às bebidas. Muitos historiadores atribuem a esse gosto em particular o fato de anões, geralmente, deixarem muitos herdeiros. Trûr Imir, por exemplo, teve oito filhos, dos quais Urdolin é o mais velho.

            Durante a Era da Fortuna, alguns anões decidiram romper com suas tradições e viver em outras cidades. São chamados de anões citadinos. Muitos vivem em Gran Forja, Galileo, Fortana, Mehial ou até tão longe quanto Portis ou Ruggiero. Os anões que optam por esse caminho são tratados como desertores e repugnados por toda sociedade anã.

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