Reinos de Illuria: Cereleste

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CERELESTE, O REINO DA LUZ

Geografia:

            Cereleste ocupa a porção oeste do Norte de Primera. O reino localiza-se, em sua maior parte, dentro de uma enorme floresta tropical chamada Niniären (em solari), que na Língua Comum significa Floresta Viva. O nome vem do fato da vegetação da floresta ser capaz de mover-se, alterando as trilhas que a permeiam, tornando assim dificílimo o deslocamento para aqueles que não conheçam seus caminhos. É dito que, na Primeira Era, essa floresta cobria todo o mundo.

            Devido à sua posição, Cereleste é atingida pelo sol a maior parte das horas de um dia. Por conta disso, seus dias são mais longos, começando a anoitecer entre oito e nove horas da noite. Essa é a razão para a alcunha de Reino da Luz. Seu território é banhado por um dos rios mais importantes do continente: o Rio Brando, responsável por irrigar toda a floresta. Em Cereleste, há um vestígio de cordilheira montanhosa, que talvez tenha existido em alguma Era passada. Tem-se um pequeno vislumbre de como essa cordilheira deve ter sido, observando a formação de cinco montanhas conhecida por Coroa Solar do Rei, assim nomeada por seu formato lembrar uma coroa e por ser o primeiro ponto de Primera a receber a luz do sol nascente – uma clara alusão e homenagem ao rei élfico Ondronolascar.

            O clima em Cereleste é quente a maior parte do ano, embora no interior da floresta seja sempre fresco. Chove bastante na região, principalmente durante o verão. Da mesma forma como em alguns lugares do mundo vemos versões gigantes de animais, em Cereleste temos versões gigantes das árvores. Nota-se seu aumento de tamanho conforme se aproxima do centro da floresta, onde fica a capital (cujo nome também é Cereleste), para a qual as árvores gigantes funcionam como um muro natural.

            Cresce um tipo único de árvore em Cereleste, Niniä, a Árvore Mãe, uma árvore colossal, medindo muitos quilômetros de altura e largura. Essa árvore dá um fruto chamado frutonniä, o qual possui propriedades tão especiais que poderiam ser ditas mágicas: é extremamente nutriente, com um único gomo equivalendo a uma refeição completa; pode gerar sementes de quaisquer outras árvores; não apodrece; ajuda a curar doenças, feridas e exaustão.

            Nos galhos e raízes de Niniä aloja-se a capital Cereleste, sendo a primeira (e única) cidade vertical de Illuria. Suas casas e edifícios são resultado de bioconstrução, fazendo uso de materiais naturais, como bambu, barro, cipós, pedras e seiva da Árvore Mãe, que ao secar forma uma resina âmbar, usada como vidro, argamassa ou decoração. Os galhos de Niniä comportam ruas inteiras e conectam-se entre si com pontes e elevadores. O palácio de Cereleste fica no ponto acessível mais elevado da Árvore.

            Há uma outra cidade no reino, Mehial, uma província portuária resultante da formação de Ceregalim. Localizada na foz do Rio Brando, na praia Enseada do Guerreiro, na costa oeste do reino. O nome da cidade deriva de Mehiallo, sobrenome de Mijbar, lendário Campeão de Cereleste e um d’Os Cinco. Segundo as histórias, enquanto jovem, Mijbar teria treinado suas primeiras técnicas de espada naquela praia. Em Mehial vivem humanos (galilenos, em sua maioria), elfos do sol e elfos siderais (os quais não são permitidos em Cereleste). Não há estradas; para acessá-la a pé, deve-se seguir a margem do Rio Brando. A outra opção é aportar de barco.

            Cereleste foi considerada, pelos magos da Sociedade Exotérica, uma das nações mais importantes para o progresso do mundo, o que lhe garantiu a instalação de uma Torre Cardeal – a Torre Norte –, localizada em um cabo na costa norte do reino.

            A crença popular diz que na Floresta Viva existem todas as espécies de árvores, o que não seria impossível considerando as sementes das frutonniäs. Pode-se dizer que sua flora é composta por todas as plantas existentes em Illuria. Sua fauna também é bastante vasta, contendo onças-pintadas, panteras, lobos-guarás, cobras, lagartos, tatus, tamanduás, várias espécies de macacos, predominando o mico-leão-dourado, e várias espécies de aves, predominando as araras e os tucanos.

História:

            A História dos elfos remonta à Primeira Era; tão antiga que se perdeu nos tempos. Com a ausência de registros, os elfos solares apegaram-se às parábolas religiosas do Mito da Criação para explicar suas origens. Segundo o mito, presume-se que os elfos tenham sido os primeiros habitantes de Illuria e Cereleste, o primeiro reino.

            Unidos em prol da causa de proteger a Árvore Mãe, os elfos do sol sempre estiveram organizados em uma única e gigantesca tribo, que aparentemente sempre viveu ao redor e sobre Niniä. Diz-se que Ondronolascar, rei de Cereleste há milênios, nasceu nesse período. Os elfos solares nunca se preocuparam em viajar o mundo ou explorar Illuria. Não tinham razão para isso; a floresta fornecia tudo o que precisavam.

            Quando as demais raças foram criadas, os elfos já haviam se aperfeiçoado em inúmeras artes e ofícios. Com efeito, aos elfos são atribuídas a maioria das descobertas mágicas e científicas nos primórdios da civilização.

            Apesar de sua clara vantagem na corrida do progresso, os elfos de Cereleste demoraram a fazer contato com o resto do mundo, vivendo muitas Eras alheios ao que se passava fora de Niniären e impedindo o acesso de outros povos. Mas, conforme o tempo corria, outros reinos surgiram aqui e ali, e quanto mais eles cresciam, menor ficava a floresta. Os elfos viram-se forçados a interagir com as outras sociedades. Atribui-se a essas interações com os elfos um súbito salto histórico para as raças mais jovens, sobretudo humanos e anões. A influência dos elfos nos demais reinos pode ter sido responsável por um avanço acelerado em todas as nações, principalmente político, cultural e intelectual. Estima-se que tenha sido nesse período que se forjou a duradoura aliança entre anões e elfos solares.

            A própria Cereleste, contudo, não mudou tanto no correr das Eras, tentando manter-se fiel e leal aos valores dos primeiros elfos, num mundo em constante mudança.

Cultura:

            Os hábitos dos elfos solares, enquanto povo, são bastante diferentes do resto do mundo e até mesmo de sua contraparte, os elfos lunares. Os elfos do sol de Cereleste ainda vivem de acordo com os costumes dos primeiros elfos: estacionários e territoriais. Para os elfos de Cereleste, deixar a Floresta Viva é abandonar os verdadeiros valores élficos. Devido a isso, estabeleceram-se duas nacionalidades: uma para os elfos nascidos em Cereleste (solari) e outra para o elfos nascidos em Mehial (cerelestino), que era também como chamavam os humanos nascidos na cidade.

            Os elfos que saem de Cereleste, para viver em outro reino, são vistos como párias. Eles costumavam ser mais raros, porém seu número aumentou razoavelmente na Era da Fortuna, com as facilidades trazidas pela junção dos três reinos. Não são excluídos, mas encarados com desconfiança ou até repulsa.

            Há muitas Eras, Cereleste é governada pelo rei Ondronolascar e pela rainha Fafwyln. O rei e rainha de Cereleste permanecem no cargo até que morram, abdiquem da coroa ou sejam destituídos por decisão unânime da nação. Como os elfos não envelhecem e não morrem de velhice, Ondronolascar é apenas o segundo rei de Cereleste desde sua fundação e Fafwyln é a terceira rainha. A eleição de um novo monarca não se dá pela linha sucessória hereditária. O sucessor é escolhido pelo próprio povo, em votação.

            Não existe polícia em Cereleste, porque não existe crime. A força militar do reino consiste de uma milícia civil armada, os Kuru’Pira (Protetores da Mata). Esses guerreiros especializam-se na lança e no arco-e-flecha, vestem uma bota especial cujo solado marca pegadas invertidas, utilizam-se de subterfúgio para afugentar ou até abater qualquer ameaça ou invasor que se aproxime demais de Cereleste sem ser convidado. Os Kuru’Pira são um vestígio de outro exército hoje extinto: os espadachins Aersilnitesselar (Guerreiros-Poetas).

            Cereleste não possui uma economia interna. Sua sociedade não depende de uma moeda para funcionar. Os elfos do sol praticam uma noção geral de bem comum e cada membro contribui com a comunidade com a aptidão (ou aptidões) que despertar(em) seu interesse no correr da eternidade. Não há lojas em Cereleste; há oficinas públicas. Os elfos são excelentes artesãos e itens de origem élfica são valorizados em todas as partes do mundo. São especialmente habilidosos com joias.

            Os elfos solares seguem uma dieta estritamente vegetariana e praticamente crudívora. A um elfo parece repugnante a ideia de comer a carne de outro ser. Eles consideram animais como seres inocentes e parte integrante da natureza que defendem.

            Toda a vida e rotina de Cereleste gira em torno da Árvore Mãe e sua proteção. Os elfos do sol creem que proteger Niniä é sua missão em Illuria, uma missão dada pelo próprio Sementeiro (a interpretação do Criador pelos elfos do sol). Por esse motivo deixar Cereleste é uma ofensa tão grande: é virar as costas à missão dada pelo Sementeiro.

Presente:

            Cereleste tem estado quieta desde a guerra. Ondronolascar e Fafwyln não costumam fazer-se presentes no Conselho de Reis de Ceregalim, preferindo enviar porta-vozes ou diplomatas representando-os. Mesmo os anões, que sempre sustentaram uma aliança firme com os elfos solares, começam a achá-los distantes e reticentes.

            Há quem diga que os elfos do sol estão mesmo procurando afastar-se do mundo outra vez e recolher-se para sua floresta, como uma tentativa desesperada de reverter os efeitos sociais da Era da Fortuna sobre seu povo. Pouco a pouco, naqueles cem anos que se passaram, a Estrada da Árvore, que ligava Cereleste e Galileo, foi gradualmente sendo apagada e caindo em desuso, sumindo até da memória das pessoas, vindo a ser conhecida por Estrada Velha no imaginário popular. Sem a estrada, o acesso a Cereleste está vetado a qualquer um que não seja um elfo solar.

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