Análise Textual – Capítulo 33

(Por Thiago)

            Se o Capítulo 32 colocou os pingos nos Is, o Capítulo 33 colocou tudo de ponta cabeça! Estivemos tão perto da verdade e, agora, ela nunca pareceu tão distante. Um alerta: se você ainda não leu o 33, PARE AQUI. Esta análise traz muitos spoilers. Nela falaremos sobre as inspirações para Cereleste, sobre a profissão de bardo em Illuria e, é claro, sobre sua súbita amnésia. Vamos lá!

            Antes de falarmos de Cereleste, temos que falar de Niniä. Até o momento, ela foi-nos apresentada como uma árvore colossal (inclusive no mapa, sendo visível de bem longe), cujos frutos são capazes de gerar qualquer semente, além de serem um alimento praticamente mágico, de tão nutritivo e saciador. No Capítulo 4, Andrei conta que ela foi “a primeira árvore e mãe de todas as demais”; sua semente teria sido entregue ao elfos pelo próprio Criador, como um presente.

            Meus amigos rpgistas certamente estão familiarizados com este tema da árvore gigante. Para citar alguns que vi ao longo da minha experiência com RPG: a Iifa Tree, de Final Fantasy IX, a Mana Tree, de Legend of Mana; a Árvore da Vida, de Forgotten Realms; a Deku Tree, de Zelda; entre tantos outros. Todas estas árvores são variantes do mito nórdico da Yggdrasil, a árvore do mundo, sobre a qual e em volta da qual se encontra todo o cosmos e tudo o que existe. Para quem se interessar, deixo um link que explica mais ou menos esse mito. Ainda veremos mais sobre nossa Niniä no correr da trama, então aguardemos!

            Nos galhos da primeira árvore (ou árvore rainha, como Fa’Diel chama em seu sonho) está Cereleste, a capital dos elfos. A inspiração para a cidade veio de Tolkien e suas Valfenda e Lothlórien, e também da Suldanessellar, de D&D, construída nos galhos da Árvore da Vida mencionada acima. A arquitetura de Cereleste foi baseada em bioconstrução, sobretudo nas ocas indígenas brasileiras, com o uso de bambus, cipós e folhas, além do âmbar (no lugar do barro, para dar um aspecto mais fantástico). Mais pra frente, a Ana dará vida às descrições no capítulo e veremos Cereleste em imagem. Eu tô ansioso e vocês?

            Eu me diverti bastante escrevendo o sonho de Fa’Diel, porque, como ela se esqueceu de tudo, foi a oportunidade para descrever um cenário que, em circunstâncias normais, ela não teria qualquer razão para descrever. Desmemoriada, descreveu como se o visse pela primeira vez (assim como o leitor).

            Sua perda de memória traz algumas complicações. Os alertas contidos na carta de Titoh, sua missão em Galileo, sua fuga de Etéria e até mesmo o Orbe Mágico – Arquimaga Ensolarada não se recorda de nada disso. Imagine o risco que não estará correndo, andando por aí com um Artefato da Cósmica Exuberância na bolsa! O que terá causado sua amnésia? Por que o Orbe perdeu seu brilho e cor? E como o Orbe conseguiu teletransportá-los exatamente como o estelar? Somente o tempo dirá.

            Por fim, falemos um pouquinho sobre Uill, esse bardo hilário. Bardo é uma “classe” de RPG, que define as habilidades desse tipo de personagem (uma variante de ladino). O dicionário define bardo como um “poeta ou trovador”. Eram os bardos quem declamavam os poemas épicos entre os celtas e gauleses. O bardo era responsável por transmitir histórias, mitos e lendas de forma oral, normalmente cantando. Bardos eram, a um só tempo, músicos, poetas e historiadores.

            Em Illuria eles têm uma função parecida e com Uill temos uma mostra disso: o leva e traz de informações entre as cidades, tão afastadas entre si. Os pombos-correio têm um claro limite do quanto de informação podem transportar; os bardos suprem esta limitação. E, conforme descobrimos, atualmente os pombos não têm conseguido chegar a seus destinos, então os mensageiros viajantes nunca foram tão necessários. Em suma, bardos são aventureiros da palavra – viajando pelo mundo, de cidade em cidade, levando notícias dos lugares por onde passam, usando da música para propagar informações. Devido ao seu contato com aventuras, muitos acabam se tornando aventureiros em tempo integral, fazendo uso das habilidades desenvolvidas como bardo para aventurar-se, como foi o caso de nossa querida Sandrine.

            O arco de Fa’Diel chegou ao fim no último capítulo e domingo que vem teremos o último capítulo do Volume 1 de Illuria. O que acontece depois? Calma, leitora e leitor, em breve voltamos a esse assunto. Até lá!

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