Reinos de Illuria: As Terras Vagas

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– Mapa dos reinos.
– Mapa legendado.

AS TERRAS VAGAS

Geografia:

            As Terras Vagas não constituem um reino propriamente dito, apenas uma demarcação territorial. Seu nome refere-se ao fato dessas terras não terem ainda sido reivindicadas por qualquer nação; estão vagas no sentido literal de desocupadas.

            Localizam-se no extremo sul de Secunda, fazendo fronteira unicamente com Teth’Orkhan. Sua região consiste em um vasto deserto de areia fina e fofa, com algumas montanhas. O deserto possui dunas altíssimas, que passam facilmente por montes. Os espaços entre as dunas mais altas é tão profundo que parecem crateras. Devido aos fortes ventos que assolam a região, seu terreno está sempre se modificando, com novas dunas e crateras surgindo da noite para o dia, como se o próprio deserto estivesse mudando de forma. Por esse motivo, é impossível mapear seu território interno.

            Seu clima é seco e quente; a qualquer hora do dia e em qualquer estação do ano, faz muito calor. O clima desértico e o solo arenoso dificultam o surgimento de vegetação expressiva; à exceção dos raros arbustos e cactos, nada cresce por lá. De igual modo, a fauna é inexistente; se algum dia houve animais n’As Terras Vagas, eles há muito deixaram-nas. Isso se dá porque, embora estejam desocupadas, As Terras Vagas não estão exatamente vazias. A região inteira é habitada por monstros de todas as espécies, em eterno conflito entre si e formando uma cadeia alimentar à parte do resto do mundo.

            Um rio corta a porção norte do deserto; O Tridente é seu nome, inspirado em seu formato. Após descer as montanhas, o rio divide-se em três, uma ocorrência que não é observada em nenhum outro ponto de Illuria. Não há ainda explicação para esse fenômeno. A teoria mais popular atribui a segmentação do rio ao perpétuo movimento das areias, o que teria alterado inclusive o curso das águas. De algum modo, também inexplicável, o rio subsiste às altas temperaturas, a despeito dos extensos períodos de seca que assolam a região durante todo o ano. Como os demais rios de Secunda, O Tridente não desagua no mar, mas no Pântano Borbulhante que circunda Teth’Orkhan.

            Entre as montanhas d’As Terras Vagas esconde-se uma gruta que leva à Tertiera – a Gruta Oeste. Estima-se que tenha sido através dela que se chegou à Secunda pela primeira vez, do que se subentende que os verdadeiros descobridores do novo continente tenham sido os elfos lunares.

História:

            Apesar dos elfos lunares provavelmente terem sido os primeiros a pisarem em Secunda, foi conquista dos humanos domesticar esse continente. A essa época, Secunda era inteiramente dominada por monstruosidades, de norte a sul. Uma terra sem leis e sem ordem, repleta de caos e destruição.

            Durante a expansão brammaccia, a Casa Hedonicci cruzou o Mar-de-Dentro em suas caravelas, intencionando levar o domínio da Casa Real, os Romanosque, até o novo mundo. O relato mais aceito entre os historiadores conta que os Hedonicci combateram os monstros ferozmente, primeiro do mar e depois em terra, efetivamente exterminando sua maioria. Apenas os monstros mais fortes e terríveis teriam sobrevivido ao ataque, forçados a fugirem para longe das colônias. Encontraram refúgio ao sul, após cruzarem a mata do pântano.

            Na verdade, não se sabe se a porção sul do continente não fora também uma floresta-pantanal antes do advento da colonização. Fato é que, com a chegada dos monstros, o local mudou para sempre. A massa monstruosa, compactada em um território diminuto, causou o esgotamento dos recursos naturais da região e a desertificação da mesma, assim gerando o deserto que hoje conhecemos por Terras Vagas. Podemos dizer que a formação d’As Terras Vagas foi uma consequência indireta da expansão brammaccia; um efeito das ações dos homens em busca de mais domínios.

            É impossível não traçar um paralelo com a Guerra Eclipsal e o Deserto Rubro, uma vez que os orks e elfos da lua derrotados receberam o exato mesmo tratamento dos monstros, sendo encurralados no Sul e afastados da civilização. E o Sul de Primera também teve seus recursos esgotados, transformando-se em um deserto, como em uma macabra repetição da História.

Presente:

            O mundo segue alheio ao que transcorre n’As Terras Vagas. Os reinos evitam-nas, pois nada têm a ganhar delas. E, assim, os monstros continuam reproduzindo-se e perpetuando-se através da dominação de uns sobre os outros. As criaturas mais ferozes do deserto são os boitatás. As gigantescas serpentes de fogo são, por vezes, referidas como as rainhas daquelas terras. Outras monstruosidades que lá habitam são: labatuts, trolls, mapinguaris, ogros, capelobos, harpias, motucus, guariba-boias, goblins, caruaras, aunyainas, trogloditas, gorjalas, quibungos, basiliscos, entre outros.

            Sobreviver em condições adversas por tanto tempo tornou esses monstros mais fortes e resistentes. Ao fim da Era dos Heróis, essas condições pioraram drasticamente, devido ao feitiço que levou ao desfecho da Guerra Eclipsal. Quando foi gerada, a Cordilheira Mandíbula do Dragão atravessou o Mar-de-Dentro e atingiu metade d’As Terras Vagas, transformando-a em uma versão menor do Deserto Rubro, coberta pelas montanhas espinhosas e vermelhas. Um duro golpe a uma terra já bastante devastada. Os monstros, entretanto, sobreviveram até mesmo a isso. Em sua maioria irracionais, as monstruosidades apenas continuaram vivendo e existindo, adaptando-se às novas imposições do ambiente, sem nada reclamar junto àqueles que arrasaram metade de suas terras.

            Hoje, na Era da Fortuna, monstros d’As Terras Vagas estão inexplicavelmente sendo avistados vagando por Primera, alguns sozinhos, outros em grupo, aparentemente se dirigindo a algum lugar comum. Não se sabe ao certo para onde vão ou como cruzaram o mar. Os efeitos de sua marcha, contudo, já começam a ser sentidos pelos reinos que há tanto os desprezam.

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