Reinos de Illuria: Galileo

Link auxiliares:
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– Mapa dos reinos.
– Mapa legendado.

GALILEO, O REINO PRIMAVERIL

Geografia:

            Galileo é o maior reino de Primera e ocupa grande parte do centro do continente. Sua posição é extremamente privilegiada, fazendo fronteira com todos os outros reinos e com fácil acesso ao mar. Sua região é predominantemente planície, com poucas serras; uma enorme pradaria que se estende de uma extremidade do reino à outra, chamada de Planícies Verdejantes. O reino é cortado pelos dois rios mais importante do continente: o Rio Brando e o Rio Bravo, um ao norte e outro ao sul. Na sua costa oeste, possui uma praia paradisíaca chamada Enseada dos Poetas.

            Em sua flora predominam as gramíneas, com o tapete de grama que cobre toda a planície às vezes chegando a um metro de altura, principalmente durante as estações de chuva. As raras árvores são espaçadas e solitárias. Não há florestas em Galileo, mas alguns bosques, sendo o maior deles o Bosque dos Lamentos, ao sudoeste. A fauna é composta por bois e vacas, cavalos, cabras, raposas, hienas, répteis, predominando cobras e lagartos, e todos os tipos de aves. Há poucos monstros; em sua maioria, goblins.

            Seu clima é de quente a temperado a maior parte do ano. Sua posição geográfica ocupa um extenso trecho da rota do sol, o que faz com que as Planícies Verdejantes gozem de uma condição de perpétua primavera, o que conferiu a Galileo o apelido de Reino Primaveril. Com tal apelido, não espanta que seu ponto forte seja a agricultura. O solo das planícies é excelente para o plantio, o que permite que os galilenos usufruam de produção abundante o ano inteiro, da qual exportam o excedente; por conta disso, Galileo é visto como a fazenda que alimenta o mundo.

            O poder que provém da nutrição fica mais evidente em períodos de guerra. Quando a maioria dos reinos enfrenta escassez, Galileo faz três refeições por dia. Os soldados galilenos estão sempre bem-alimentados e desconhecem a fome. Todo ataque contra Galileo é, na verdade, uma batalha contra o relógio: os inimigos tinham de vencê-los antes da comida acabar, porque a dos galilenos certamente não acabaria.

            Galileo foi considerado, pelos magos da Sociedade Exotérica, um dos reinos mais importantes para o progresso do mundo, o que lhes garantiu a instalação de uma Torre Cardeal – a Torre Leste –, localizada na Baía das Arraias.

            Possui uma gruta que leva a Tertiera em sua fronteira com Brammaccia – a Gruta Central, palco de duas batalhas durante a Guerra Eclipsal e por onde os elfos lunares eventualmente alcançaram a superfície.

História:

            A história da fundação de Galileo tem início com a expansão de Brammaccia. Antes mesmo das Grandes Casas considerarem a criação de províncias, já existia uma pequena fortificação a Oeste de Brammaccia, guarnecida pela Casa Galileo. O forte ficava exatamente na metade d’A Longuíssima Estrada e servia como um posto de parada entre Brammaccia e o mar. Inicialmente, guarnecer o forte era complicado devido à sua distância das fontes de água, o que o fazia depender do transporte de água potável e enchimento de cisternas. Esse empecilho, somado aos períodos de escassez de chuvas, também impedia que os Galileo executassem aquilo que faziam de melhor: plantar.

            Alguns historiadores atribuem o surgimento do primeiro poço a uma aliança com os gnomos; outros, defendem que a aliança foi com elfos lunares; outros vão ainda mais longe e sugerem uma aliança com a Quarta Casa, fazendo uso de magia para escavar a terra. Fato é que onde há água, há vida. Após surgir o primeiro fosso, a região vivenciou um desenvolvimento súbito, com a chegada de muitos mercadores que queriam se aproveitar do trânsito de passagem no local para vender suas mercadorias; e alguns deles acabaram ficando, morando por ali. E, quando havia humanos o suficiente, o forte começou a cavar seus próprios poços. Não à toa o território foi escolhido pelos Galileo para fundar sua cidade. E para plantar.

            Estabelecer-se nas planícies não era de todo simples e em seus primeiros anos Galileo cresceu bem devagar, mas constante, graças às suas ricas fazendas e o suor de seu trabalho. Quando Brammaccia sucumbiu à maldição, Galileo foi o último reino a declarar independência, leais aos Romanosque até o último instante. Sabendo-se uma nação ainda jovem, para aumentar sua influência Galileo apostou naquilo que possuía de melhor: a estrada. O reino já tinha uma estrada que ia de Leste a Oeste. Iniciou-se, então, a construção de uma estrada que ligasse Norte e Sul. O plano dos Galileo era aumentar o tráfego de pessoas pela sua cidade, de modo a ampliar o comércio local. Estando tão afastados, no centro de tudo, se não podiam chegar até os demais reinos, fariam os demais reinos chegarem até eles.

            A divisão de Galileo em quadrantes se deu pelo cruzamento dessas estradas. A Longuíssima Estrada fora dividida em duas: o trecho oeste, por levar de Galileo para a Enseada dos Poetas, recebeu o nome de Estrada dos Bardos (mais tarde renomeada para Estrada da Barda, em homenagem à Sandrine); o trecho leste, por levar de Galileo para Brammaccia recebeu o nome de Estrada Desolada, que aos poucos sumiu pelo desuso. A estrada norte, que ligava Galileo e Cereleste, foi nomeada Estrada da Árvore, por conseguir-se ver Niniä de toda sua extensão (depois renomeada para Estrada Velha). A estrada sul, que ligava Galileo e Orkhan, foi nomeada Estrada do Caçador e, pouco antes da fundação de Ultima, renomeada para Estrada do Sentinela.

            Galileo literalmente pavimentou seu caminho para o progresso. A estratégia de tornar a Cidade Primaveril um ponto obrigatório de passagem deu certo. A capital galilena tornou-se não apenas uma zona comercial prestigiada, como também uma cidade turística. Viajantes, mercadores e aventureiros de toda parte vinham para Galileo em busca de fortuna, fama e glória. Durante a Era dos Heróis, a cidade ficou conhecida como o “Local onde todas as histórias começam e terminam”.

Presente:

            Galileo vive seu apogeu desde o pós-guerra. Sua aliança com Cereleste e Imiru, na formação de Ceregalim, forneceu a Galileo uma benesse jamais concedida a um reino humano: acesso ao conhecimento e recursos das raças antigas. Vê-se o valor disso quando se considera que, segundo a crença comum, os elfos já teriam três Eras de vida quando os humanos foram criados.

            Desde a aliança, a expansão foi exponencial, possibilitando o surgimento de novas províncias, como Ultima e Fortana, ambas em solo galileno. O crescimento repentino teve uma consequência imediata: atraiu uma guilda de ladrões para a capital. A Fraternidade das Sombras estabeleceu-se em Galileo e fincou fundo suas raízes na administração e controle da cidade, sobretudo durante o reinado de Sandro, O Pacífico.

            Isso mudaria quando, em 1478, rumo à Hedonícia pelo Mar-de-Dentro em missão diplomática, a caravela de Sandro naufragou, levando o rei, sua rainha Lisandra e seu estilo pacato de governo para o fundo do oceano. Um fato curioso é que Sandro morreu nesse naufrágio aos noventa e nove anos! Superando o recorde estabelecido por seu pai, Amarante, que morreu aos noventa e cinco anos, de causas naturais.

            Imediatamente à morte de Sandro, seu filho mais velho, Belídio II, assumiu o trono; e seria o rei que seu pai nunca foi. Belídio era, antes de tudo, um soldado e seu início de governo, nesse primeiro século da Era da Fortuna, veio marcado por uma profunda reforma militar. Já corre pela capital aquela que muito provavelmente virá a ser sua alcunha: Belídio II, O Austero.

            A chegada de Belídio e um governo mais rígido e disciplinado, dificultou as operações da Fraternidade, que vem minguando nos últimos anos. Em contrapartida, o exército galileno vive seu melhor momento. As tropas nunca estiveram tão bem treinadas e equipadas. E a pergunta que fica é: para o que estaria se preparando Belídio? Atualmente, o exército é liderado por seus dois generais: Cassandra Fontenelle, que comanda a Guarda Real, e Kalisto Heitor, que comanda a Legião dos Sentinelas.

            Uma consequência direta da abundância e fartura provindas da Era da Fortuna, foi um enfraquecimento da religião. O Illurismo perdeu consideravelmente a força que conquistara durante a Era dos Heróis e a igreja já não influencia tanto no Estado como outrora. Com o enfraquecimento da religião nesse primeiro século de Era, o alto clero perdeu seu espaço no burgo, sendo pouco a pouco tomado por uma nova classe em ascensão: a burguesia. Ser burguês era como comprar títulos de nobreza; chegava-se ao status social pelas posses. A Era da Fortuna vem sendo muito boa para os galilenos.

Estrutura:

            Galileo tem um formato circular. Na linha mais externa desse círculo, temos o campo, com inúmeras plantações e fazendas, que ficam do lado de fora das muralhas (embora haja boatos de que novas muralhas serão erguidas). Separando a zona rural da área urbana estão as muralhas que formam o primeiro anel de Galileo. Esse anel é subdividido em quatro bairros – ou quadrantes, como são chamados comumente. Os quadrantes ligam-se entre si, com enormes portões nas muralhas que os separam. Cada quadrante de Galileo foi nomeado em homenagem a um rei de outrora.

No quadrante noroeste, ou Amarante, fica a zona cultural da cidade, com teatros, museus, galerias, bibliotecas e tavernas. O bairro favorito dos boêmios. Nesse quadrante fica o Teatro Real e a famosa taverna O Repouso de Stratyx.

            No quadrante sudoeste, ou Sandro, fica o cemitério de Galileo e também a zona comercial da cidade, com lojas, estandes e feiras. Nesse quadrante também fica o portão para o anel interior.

            No quadrante sudeste, ou Andrè, ficam as zonas residencial e religiosa da cidade, contendo a maioria das casas e edifícios, assim como igrejas e templos. Nesse quadrante fica a Grande Catedral Illuriana e o baronato do inventor Butercupe, o último gnomo.

            No quadrante nordeste, ou Gillberto, fica a zona industrial da cidade, a estação de trens e a estação de poços. Uma estrada de ferro interliga Imiru e Galileo, facilitando a troca de recursos e matéria prima, a qual entra e sai por esse quadrante. Os trens que correm os trilhos são autônomos e movidos a carvão; uma engenhoca inventada por Butercupe. A estação de poços cuida do abastecimento e distribuição de água da cidade. Nesse quadrante estão a maioria dos artesãos – ferreiros, joalheiros, costureiros, inventores, carpinteiros etc.

            No centro de Galileo, um segundo anel de muralhas forma uma região interna, A Corte, que por sua vez se subdivide em dois quadrantes: o burgo, Gascoigne, lar da nobreza e burguesia galilenas, e o castelo, Belídio I, onde fica o palácio real e a fortaleza do exército. O exército galileno é composto por duas Divisões: a Guarda Real, soldados de vanguarda que também atuam como a polícia do reino, e a Legião dos Sentinelas, a agência de inteligência do reino, os olhos e ouvidos do rei.

            Tal qual Hedonícia, Galileo também abriu suas portas para imigrantes de outras nações, tornando-se o segundo reino cosmopolita da História de Illuria. Por essa decisão, a cidade Galileo foi eleita capital do Império de Ceregalim. Hoje, sua população compreende humanos, anões, elfos e até um gnomo. Ninguém sabe ao certo o papel que Galileo terá nessa Era, mas tudo indica que se encaminha para um momento de brilhantismo. Resta saber se esse brilho será o mesmo que precedeu a queda de todos aqueles que o antecederam.

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