Reinos de Illuria: Hedonícia

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HEDONÍCIA, O REINO ESTIVAL

Geografia:

            Hedonícia ocupa a porção norte de Secunda, fazendo fronteira com Teth’Orkhan e Ruggiero. Sua região é bastante montanhosa, sendo ocupada por vários planaltos, depressões, colinas e vales. É cortada por dois dos rios mais importantes da bacia hidrográfica de Secunda: o Rio da Sorte e o Rio do Azar, também referenciados como Os Gêmeos. Ao sul extremo de sua costa leste, na Baía Cara-de-Peixe, ostenta uma extensa praia paradisíaca chamada Dovor, que é, na verdade, uma abreviação para De Onde Vêm Os Reis. Segundo a história, naquela praia aportaram os primeiros Hedoniccis que colonizaram Secunda.

            Sua fauna é composta por leões, macacos, bichos-preguiça, onças, hipopótamos, búfalos, rinocerontes, elefantes, cabras e bodes, além de inúmeras espécies de aves, predominando o pavão. O pinheiro é a árvore mais comum de sua flora, manifestando-se em todo seu território e em todas as suas florestas, sendo a principal delas o Bosque das Pinhas. Não à toa a pinha (e seus derivados) seja um dos principais produtos internos do reino, quase tão forte em sua economia quanto o pescado, o sal marinho e as artes.

            Hedonícia foi considerada, pelos magos da Sociedade Exotérica, uma das nações mais importantes para o progresso do mundo, o que lhe garantiu a instalação de uma Torre Cardeal – a Torre Oeste –, localizada no cabo ao nordeste do continente.

            Seu clima é quente durante todo o ano; Hedonícia vive em uma condição de eterno Verão, o que lhe conferiu o título de Reino Estival. O clima também facilita o pleno desenvolvimento da agricultura e pecuária.

            Sua posição geográfica é favorável às viagens marítimas pelo Mar-de-Dentro, um assunto no qual são pioneiros. Seus construtores navais, com seus lendários navios, são aclamados em toda Illuria por sua engenharia.

            As duas maiores cidades de Hedonícia são Portis, uma cidade portuária, e Hedon, a capital. Portis localiza-se na praia de Dovor e é através de seus portos que pessoas e mercadorias entram e saem do reino. Hedon fica sobre os Planaltos dos Bons Ventos. As cidades são interligadas pela Estrada da Bonança, a principal via comercial das “terras do verão perpétuo”.

            Para se chegar a Hedon, no topo dos planaltos, precisa-se subir pel’Os Mil Degraus, uma gigantesca escada que sobe desde os pés do primeiro planalto até o cimo do último, passando por todos os quadrantes da cidade. Estima-se que se leva quase um dia inteiro para subir todos os degraus. Na verdade, seu nome é apenas simbólico, uma vez que se tratam de cento e quarenta e cinco mil degraus ao total, com cinquenta quilômetros de extensão.

História:

            Quando Brammaccia expandiu até a costa oeste de Primera e ganhou os mares, ficou a Casa Hedonicci à frente das grandes navegações. Descendentes de uma tribo de pescadores e navegadores, a experiência dos “filhos do mar” levou-os até terras nunca desbravadas. Sabia-se da existência de outro continente, mas nunca se havia conseguido domá-lo. Conforme contam as histórias, Secunda era uma terra sem lei, dominada por monstros vivendo um ciclo de destruição sem fim. E embora os elfos da lua já a conseguissem acessar por uma gruta ao sul, seriam os humanos de Brammaccia a domesticarem a fera que era Secunda.

            De acordo com a lenda, os Hedonicci conseguiram enfraquecer a horda de monstros atacando-os do mar com suas fragatas. Enfraqueceram-nos o suficiente para, em seguida, afugentá-los por terra até depois de uma floresta no Sul do continente. Os monstros destruíram e esgotaram aquele território, o qual, mais tarde, viria a ser conhecido por As Terras Vagas. Uma vez sem monstros, devido ao clima favorável, a colonização de Secunda progrediu fácil e exponencialmente. Pouco tempo depois, fundaram Hedon, a pérola do reino.

            Os Hedonicci são conhecidos por selarem tratos, acordos ou alianças através do matrimônio entre famílias. Assim se fazem presentes em qualquer âmbito do cenário sócio-político. Quando se espalhou a notícia de que Brammaccia caíra, vítima da maldição, os Hedonicci entenderam que, sem o reino matriz que os unia, cada Grande Casa seguiria seu rumo, com seu quinhão de terra. E, sendo eles o reino mais distante, ficariam praticamente alienados e abandonados de sua Primera. Eles precisariam manter um laço, algum vínculo com sua antiga casa.

            Diz-se que uma aliança entre Hedonícia e Édar Lunda tomou forma no casamento entre um Hedonicci e um membro da Quarta Casa (famosos por seu apego pelo conhecimento). Dessa improvável união nasceram os pensadores de uma geração: filósofos, artistas e diplomatas que transformariam Hedonícia com suas ideias vanguardistas e modernas, resultando na potência que é hoje. Corre uma história pelos portos, uma lenda do mar, de que essa ramificação das árvores das duas famílias seriam os Ruggier, primos não tão distantes de ambas as realezas.

            Quando se deu a queda de Édar Lunda, os descendentes dos Ruggier viram-se subitamente sem poder e, portanto, sem relevância para os Hedonicci, que não tardaram em remover seus privilégios de nobreza. Após uma ruptura violenta, em resposta os Ruggier teriam se separado dos Hedonicci e fundado seu próprio reino – Ruggiero –, levando consigo o conhecimento náutico de Hedonícia e tornando-se piratas, tomando para si o que acreditavam ser seu de direito, sempre tentando recuperar aquele período de riquezas. Não se sabe se ainda há algum Ruggier vivo hoje.

Presente:

            No início da Era dos Heróis, Hedonícia, sempre à frente de seu tempo, tomou uma decisão ousada quanto às fronteiras culturais de seu território: abriu seus portões para imigrantes, tornando-se o primeiro reino cosmopolita de Illuria. Em pouco tempo, anões, elfos do sol e da lua e até orks estavam habitando suas cidades. A mistura de povos, assim como o compartilhamento do conhecimento entre eles, tornou Hedonícia um reino culturalmente rico, o que refletia em suas artes, em sua arquitetura e sua estrutura social. Após a Guerra Eclipsal de Primera, Hedonícia e Ruggiero eram os únicos lugares de Illuria onde essas raças podiam encontrar-se sob uma bandeira de neutralidade.

            Uma tentativa frustrada de aliança entre os Hedonicci e os Galileo dividiria para sempre as duas Grandes Casas que restaram da antiguidade. Não se sabe ao certo o motivo da aliança, mas presume-se que tenha sido outra investida de Hedonícia para manter-se relevante em Primera. A aliança tomou forma no casamento entre a dama Francheska Hedonicci e o então rei Amarante Galileo.

            A comunhão entre as duas Casas durou três anos, o tempo em que Hedonícia (através de Francheska) reinou ao lado de Amarante. Uma grave enfermidade levaria Francheska prematuramente para o lado do Criador, deixando Amarante viúvo e sem herdeiros, não intencionalmente interrompendo o laço entre as duas famílias.

            Presume-se que os Hedonicci jamais tenham perdoado os Galileo pela morte de Francheska e que teriam se sentido humilhados quando Amarante casou-se novamente, com uma plebeia ainda por cima – Sandrine. Inclusive, há relatos de que durante a grande guerra, Amarante teria convocado a ajuda de Hedonícia em segredo para conduzir um ataque à Orkhan pelo mar e nunca obtivera resposta. Orkhan não possuía defesas marítimas e seria um alvo fácil aos navios dos Hedonicci; se tivessem intervindo, porventura houvessem impedido a guerra.

            Ao fim da Guerra Eclipsal, Hedonícia teve uma grande participação (ainda que indireta) na fundação de um jovem reino orkin, unicamente por ter oferecido abrigo político aos orks fugidios que haviam conseguido atravessar o Mar-de-Dentro, nadando de dente em dente da Mandíbula do Dragão; um evento que ficou conhecido por A Longa Travessia. Graças ao acolhimento oferecido pelo Reino Estival, esses orks conseguiram sobreviver até fundarem seu próprio reino, Teth’Orkhan, O Reino Úmido.

            Atualmente Hedonícia tem estado quieta. O reino mantém-se relevante no mundo através de seus espiões, seus olhos e ouvidos espalhados por Primera. Colhe os bons frutos da Era da Fortuna, sem ter entrado em guerra com ninguém.

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