Análise Textual – Capítulo 29

(Por Thiago)

            Nem todo capítulo precisa ter grandes revelações ou cenas de ação. Alguns capítulos servirão para desenvolvimento dos personagens, e assim foi com o Capítulo 29!

            Vocês já ouviram o termo “romance de personagem”? Ele descreve um tipo de literatura que não foca tanto em uma trama ou desenvolvimento de uma história propriamente dita. Esse tipo de livro foca inteiramente nas turbulências internas dos personagens, nas transformações de sua personalidade e em como o meio influencia nestas mudanças. Geralmente, a trama serve apenas como um palco, para que esses personagens possam caminhar, atuar e viver.

            Eu, pessoalmente, amo esse tipo de literatura. Inclusive, alguns dos meus livros preferidos correspondem ao gênero, como “Memórias de Adriano” e “Dom Casmurro”. Eu confesso que sinto bastante falta deste estilo na literatura fantástica, na qual o foco maior geralmente é a ação e a trama, além da construção do mundo.

            Em Illuria eu tento aproximar os dois estilos e acredito haver espaço para isso. O Capítulo 29 é um ótimo exemplo. O desenrolar da rebelião em Etéria foi praticamente pausado, embora ainda a vejamos ao fundo, entre outros detalhes da trama principal. Porém, o holofote está todo em Fa’Diel, suas sensações, suas dúvidas e receios, e também na saudade de Titoh e Malaquias.

            Na minha humilde opinião, isto enriquece demais uma narrativa em primeira pessoa, porque nos coloca dentro da pele do personagem, dentro dos seus pensamentos e vendo por seus olhos. Essa profundidade é um dos diferenciais de Illuria enquanto obra de fantasia e eu espero enormemente que nossos leitores estejam curtindo.

            Por fim, o capítulo também nos traz um novo mistério: o Estojo Madrepérola. O que será que há dentro dele? Termino com esta pergunta para instigar vocês, como nosso querido Zacarias gostava tanto de fazer. Até a próxima!