Análise Textual – Capítulo 19

(Por Thiago)

            Uma das coisas que mais gosto em escrever Illuria é deixar seus personagens falarem sobre seu mundo, principalmente em diálogos. No Capítulo 19 vimos isso em abundância. Bianca declama a lenda do Rei Frígido para Pedro. É uma forma bem interessante de apresentar o universo, porque a história passa pelo filtro da voz de Bianca e vem poluída com sua opinião pessoal. Assim, muito mais do que falar sobre o mundo, a história fala também sobre sua narradora (nesse caso, Bianca).

            Capítulos como esse são os que eu tenho mais prazer em escrever, porque adoro narrar sobre períodos míticos de outrora, sob o ponto de vista dos moradores daquele mundo. É a função que os capítulos de Malaquias desempenham, basicamente. No 19, temos acesso à lenda do Rei Frígido (Era dos Deslumbres) e também ao Hino do Sol de Ferro, usado durante a Guerra Eclipsal (Era dos Heróis). O hino cantado por Pedro e a fábula narrada por Bianca nos dão mostras de um outro tempo e nos familiarizam com este universo estranho e fantástico.

            Ouvir estes relatos de personagens traz uma certa familiaridade para as histórias, embalando o leitor como se ele estivesse lá, ouvindo junto com Pedro, sentado à fogueira. As histórias dentro de Illuria nunca vêm sozinhas; o leitor atento poderá encontrar as conexões entre os eventos do passado e traçar suas teorias.

            A lenda do monarca esquecido oferece uma possível explicação para o clima e as condições de vida no Norte do reino congelado Édar Lunda. Um reino cujo próprio nome é uma incógnita. A pergunta que fica é: até que ponto podemos confiar nessa lenda? O quanto da história se perdeu ao longo dos anos e misturou-se com a imaginação fértil do povo? Afinal, a Era dos Deslumbres teve início há mais de mil anos atrás.

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