Análise Textual do Capítulo 16

(Por Thiago)

            O Capítulo 16 traz um aprofundamento à personagem Bianca e também à cultura de sua vila Álgida. Quase podemos sentir o frio de Édar Lunda. E eu não digo “quase” à toa! Porque usei e abusei do recurso MOSTRAR VS CONTAR (SHOW VS TELL) para fazer vocês sentirem o frio nas sentenças, ao invés de simplesmente contar que estava frio. Claro, eu poderia apenas escrever “Lá fora fazia muito frio” e você teria a mesma informação, porém não sentiria nada. E eu queria causar a sensação do frio de Édar Lunda em cada descrição relativa a ele.

            Separei dois exemplos abaixo:

            “Vesti minhas botas, coloquei uma segunda blusa sob o casaco, enrolei um cachecol no pescoço, cobri a cabeça com uma toca, enfiei as mãos nas luvas e, por fim, joguei a capa de peles sobre os ombros; agora podia sair de casa.” – 1º parágrafo

            “Assim que saí, ergui o capuz da capa para proteger-me da neve, que caía em seu lento balé pelos ares. Tinha de levantar o pé e pisar forte para andar, porque a neve já chegava um pouco acima dos tornozelos. E ainda nem começara a nevar forte.” – 3º parágrafo.

            Estas duas descrições servem a mostrar o clima de Álgida (e em Édar Lunda como um todo) sem sequer usar a palavra “frio”. O leitor é capaz de captar a sensação térmica na quantidade de roupas de Bianca e na neve alta do lado de fora, sem que eu precise contar a ele que está geladíssimo, porque eu mostrei isso a ele. Entenderam? Já deve ter dado pra perceber que eu amo essa técnica, né? 😋

            Este capítulo também me deu a oportunidade de apresentar a mentalidade do vilarejo, isto é, MOSTRAR sua forma de pensar, sem precisar CONTAR, hehehe. As reflexões de Bianca acerca de Illuri e do Rei Frígido nos mostram que os algidinos são um povo supersticioso e apegado às suas tradições. Ou, pelo menos, é o que nós vemos pelo prisma do olhar de Bianca. Outra pessoa talvez olhe para eles como um povo preconceituoso e atrasado (Mak certamente!). Lembremos que tudo em Illuria é uma questão de opinião. E ela muda de pessoa para pessoa.

            Abaixo um exemplo:

            “Cada vez mais, o Rei Frígido ia aparecendo no dia-a-dia dos algidinos. Se uma tempestade assolava nossas já parcas plantações, era porque o Rei estava irritado; se uma nevasca não chegasse até nós ou passasse direto, era porque o Rei estava contente; se um batedor vencia um monstro em combate, era porque o Rei intervira; e assim por diante.” ­– 20º parágrafo.

            No mais, no capítulo fomos apresentados a fragmentos da história misteriosa de Édar Lunda, com menções à destruição da capital Glacinatta por um fenômeno chamado Cataclismo Glacial. Não sabemos ainda do que se trata, mas quem está acompanhando esta saga desde o começo já internalizou que as respostas vêm no devido tempo. E que os personagens falam com naturalidade sobre assuntos ainda desconhecidos por nós, porque já são muito bem conhecidos por eles.

            MAS! Para os leitores que gostam de explorar, deixo aqui uma recomendação: a categoria Mundo. Vários posts lá contêm pequenas informações da história do mundo. Inclusive, o último post trouxe o mapa de Illuria com a legenda de todos os locais, vocês já viram?

            Por hoje é só, pessoal! Até a próxima! 😉

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