Análise Textual – Capítulo 15

(Por Thiago)

            No Capítulo 15 fomos apresentados à primeira narradora protagonista de Illuria – Bianca – e, com ela, adentramos um novo território: Édar Lunda. Nesta análise quero falar sobre a inspiração para ambas.

            Mas antes, uma pequena observação: Bianca é o quinto personagem com voz em Illuria, sendo Zacarias o primeiro (embora apenas no Prólogo), Malaquias o segundo (com os já costumeiros capítulos de entremeio), Andrei o terceiro e Mak o quarto. Não posso soltar spoilers, mas parece seguir um padrão, não é mesmo? Estamos sendo apresentados a várias histórias acontecendo ao mesmo tempo, no mesmo mundo. Isto significa que, em algum momento, estas narrativas irão se cruzar e fundir? Só o tempo dirá 1.

            Fato é que existe uma trama ao fundo que parece interligar os eventos. Por exemplo, os sentinelas que chegaram à Álgida alegam estar investigando uma atividade anormal nos monstros da região. Será que tem alguma conexão com a mesma atividade que Andrei percebeu, no Capítulo 3, lá no Bosque dos Lamentos? Um outro detalhe que pode ter passado despercebido, sobre o qual soltei uma pista na Análise Textual 14: o “Túnel de Bianca”, citado por Mak no Capítulo 9. Ora, ora, ora, será que é a mesma Bianca? Bem, se for, isto significa que ela e Mak se conhecem! Só o tempo dirá 2.

            Pois bem, falemos sobre a Bianca então. Quem leu o post “Como Illuria começou…” sabe que esta história foi, na verdade, um RPG que eu mestrei para quatro amigos há anos atrás (inclusive, aquele post traz algumas pistas, como os nomes de todos os protagonistas, ssshhh!). Um detalhe curioso sobre a Bianca: ela era um NPC (non-player character). Em RPG, isto significa que ela era controlada pelo narrador (eu, no caso) e não por um jogador (como foi o caso de Andrei, Mak e os outros). Vendo por esse lado, Bianca era o meu personagem no jogo. Na aventura original ela tinha outro nome, que infelizmente não me recordo mais. O nome “Bianca” é uma homenagem à uma grande amiga minha (Bibs!), em quem me inspirei para dar vida à nossa flautista.

            Eu sempre gosto de ter uma pessoa do mundo real em mente quando componho um personagem, facilita demais o processo pra mim, principalmente naquelas primeiras linhas em que o personagem ainda está cru e você não o conhece tão bem. Para Bianca Miranta, eu queria uma personalidade forte e decidida, uma mulher com objetivos e força para buscá-los. Consideramos Illuria uma saga de fantasia moderna, atualizada ao século 21. Findado está o tempo das princesas aprisionadas em torres altas, das donzelas em apuros, esperando por um herói. Bianca é sua própria heroína, enfrentando desafios de cabeça erguida. Como a heroína que é, tem uma pessoa indefesa que precisa proteger e cuidar (sua avó Esperança) e até um “donzelo em apuros” (Pedro).

            Através de Bianca, chegamos à uma nova região do mundo, embora já houvesse sido mencionada antes inúmeras vezes (por Malaquias, por Andrei e por Mak). Édar Lunda! Você pode ler um pouco mais sobre ela no segundo post da categoria Mundo (link para o post “Os Reinos de Illuria”).

            Em primeiro lugar, falemos sobre esse nome estranho. Eu criei vários nomes para lugares, pessoas e coisas, e em todas essas invencionices eu tinha uma única preocupação em mente: a sonoridade. Isso mesmo. Queria que soasse belamente, apenas. Espero que isto não tire o brilho das minhas criações, mas é a verdade. É claro que existem outras línguas em Illuria, porém a linguística do mundo não será o foco da nossa história. Não temos pretensões de sermos o novo Tolkien. Em Illuria, focamos no psicológico dos personagens, no seu desenvolvimento, na ação da trama e no world-building. As línguas servem como um pano de fundo. Por razões que serão explicadas na própria história, foi criada uma Língua Comum que todos os povos usam, uma espécie de Esperanto que deu certo. Tudo isso para dizer que o nome “Édar Lunda” não tem propriamente um significado dicionarizado, mas soa muito bem aos ouvidos, haha. Claro, para além da língua, o nome tem um significado contextual, uma história, um background (que no devido tempo será revelado).

            No post de “Referências Literárias”, uma das obras que cito foi a saga de games The Elder Scrolls, que permearam minha imaginação por toda adolescência e vida adulta. Um deles, o quinto da série, Skyrim, foi o que mais influenciou na criação do Reino Invernal (ou Terras Frígidas, como é chamado hoje). Em Skyrim, a maior parte do jogo se passa numa região gelada, com muitas montanhas e neve. O povo que habita a região é resiliente e destemido, moldados pelo clima extremo e dificuldades que ele acarreta. E eu quis trazer esta noção para a Édar Lunda de Illuria, adaptada ao nosso mundo.

            Não quero dar mais detalhes, pois ainda se falará muito sobre Édar Lunda nos capítulos seguintes; queria apenas dizer de onde veio sua inspiração. É isso, pessoal! Ah, antes que me esqueça, um goblin que passou por aqui deixou cair um bilhete, sem querer. E no bilhete estava escrito assim: “Amanhã tem post surpresa”. Alguma coisa sobre um mapa, vocês acreditam? Pois aguardemos! Até lá!

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