Análise Textual – Capítulo 14

(Por Thiago)

            No capítulo anterior tivemos mais uma dose da sombria Guerra Eclipsal, dando voz outra vez ao necromante Malaquias. Este capítulo é uma continuação direta do Capítulo 7, coisa que fica explícita nos títulos (“A Guerra Eclipsal I” e “A Guerra Eclipsal II”) e também na conexão entre o último parágrafo do 7 e o primeiro parágrafo do 14. Não percebeu? Sem problemas, a gente revê abaixo:

            “(…) Ah, meu bom Zacarias, eterna vítima da culpa auto-infligida. Não cuidava que só atirara a milésima bola de neve de uma avalanche que, cedo ou tarde, cairia de qualquer modo.” (capítulo 7)

            “E caiu; em 1380 eclodiu a grande guerra, pouco depois da virada do ano, como prenúncio de um novo tempo. (…)” (capítulo 14)

            Isto porque, na verdade, esses dois capítulos compõem (parte) de um mesmo texto – o artigo histórico que Malaquias está escrevendo sobre a grande guerra. É difícil notar essa ligação entre eles, porque entre os dois tem todo o arco inicial do Mak. O que já nos mostra outro detalhe: até o momento, dois protagonistas foram introduzidos (Andrei e Mak), com seus arcos entrecortados por capítulos narrados por Malaquias. Isso quer dizer que teremos agora um novo arco? E após esse arco, veremos Malaquias outra vez? Levando em consideração que o capítulo 14 não nos contou sobre o fim da guerra, é provável que vejamos ainda um “A Guerra Eclipsal III”.

            Lembrando que na página dos Capítulos sempre mostramos o título do próximo. Já viram lá? Até o momento, todo arco introduzindo um novo personagem iniciou com um capítulo com seu nome (Capítulo 2: Andrei, Capítulo 8: Mak). Parece que domingo que vem teremos nossa primeira protagonista (e já vimos seu nome antes, não? 😏).

            Outro ponto que gostaria de comentar é que nesses capítulos narrados por Malaquias, eu tenho oportunidade de contrariar uma das principais “regras” da escrita de ficção. Lembram do Show VS Tell, que já falamos inúmeras vezes nas Análises passadas? Pois é. Sempre será preferível MOSTRAR a CONTAR. Ou seja, mostrar a ação acontecendo, ao invés de simplesmente contar o que aconteceu. E com Malaquias vemos exatamente isto, ele apenas narra – conta – os eventos do passado. Afinal, trata-se de um artigo. Malaquias não está fazendo literatura, não tem uma preocupação literária.

            Claro que esses capítulos têm sua função, que é a ambientação de Illuria. Através da pesquisa de Malaquias, descobrimos mais sobre o mundo e sua História, sobretudo no que diz respeito aos Cinco. Presume-se que, em algum momento, os fatos deste passado não tão distante cruzarão com os eventos ocorrendo no tempo presente, e a trama maior desnudará diante dos olhos dos leitores. Chegaremos lá. 😉

            Uma das vantagens de contar ao invés de mostrar, para estes episódios especificamente, é que eles são apresentados de forma resumida e vaga, deixando lacunas abertas para que os leitores preencham e interpretem. Não há certezas, apenas opiniões e crenças. Deste modo, somos apresentados a um período maravilhoso (Era dos Heróis), em que feitos incríveis ocorreram, mas podemos sorver apenas pequenos goles desse cálice. O resto fica por conta da imaginação. Então… imaginem!

            Até a próxima, pessoal! Ah, e só para lembrar: nossa campanha de financiamento coletivo ainda está correndo. Já temos um apoiador! Quem puder, dá um confere: https://apoia.se/illuria

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