Análise Textual – Capítulo 10

(Por Thiago)

            Nesta Análise quero focar em como é possível fazer mais com menos, dizer muito enquanto se fala tão pouco: a economia narrativa de Illuria. Por opção, desde o princípio havíamos estabelecido que os capítulos de Illuria não seriam longos, podendo variar de acordo com o que tem pra ser mostrado. O Capítulo 10, por exemplo, embora cumpra sua função plenamente, é bem curto em relação aos anteriores. Sabíamos que fazer capítulos muito extensos poderia tornar a leitura maçante, sobretudo neste início. Quem sabe futuramente isso não mude (os capítulos estão ficando maiores mesmo), mas por ora os episódios de Illuria seguem com algo entre 2 e 5 páginas (no Word).

            Disto surge o desafio de entregar toda a mensagem com um número reduzido de palavras. É aí que a técnica de Mostrar VS Contar brilha. À guisa de exemplo, grande parte do capítulo acontece com Mak sentado ao balcão, conversando com Marcus. Se a “cena” se resumisse a isto, não teria tanto conteúdo, não é verdade? Mas não é só isso. Sem nos levantar do balcão, velejamos as águas do Mar-de-Dentro e naufragamos junto de Sandro O Pacífico, em um ataque pirata, coisa que alterou a política interna de Galileo. Também vimos o quanto a taverna está lotada e como uma pessoa encapuzada, em particular, destacou-se no campo de visão de Mak (e, aparentemente, no de mais ninguém). E, claro, também vimos o par de coxas hipnotizante. Tudo isso sem sair do balcão.

            Não é preciso, deste modo, descrever detalhadamente todo o diálogo entre Mak e Marcus. As histórias ocorrendo dentro da história encarregam-se disto e fornecem uma imagem forte o suficiente que vocês, os leitores, consigam ter uma boa noção do todo. Assim, o capítulo entrega tudo o que precisa, seja longo ou seja curto. É claro que, além destes detalhes narrativos, a parte principal do capítulo é ir revelando a personalidade de Mak, a qual vai se inserindo em cada comentário e em cada descrição (não sei se perceberam, mas Illuria também é uma história sobre o psicológico de seus heróis).

            A narrativa de Illuria segue um ritmo gradual e vagaroso, preocupando-se neste momento inicial em apresentar a construção do mundo cuidadosamente, assim como os personagens. A trama principal já está ocorrendo como pano de fundo e, aos poucos, ficará mais evidente, subindo à superfície. Estamos caminhando até ela. Uma coisa é certa: ainda tem bastante coisa (e pessoas) pela frente.

            Ah, aproveitando: para facilitar a viagem pelo nosso universo, estamos soltando posts na categoria Mundo, na qual analisamos o mundo e suas muitas regiões. Já tem dois posts lá, um falando sobre os continentes, oceanos e o mar de Illuria, e outro falando sobre os reinos. Dá um confere lá para ficar por dentro dos lugares mencionados por Mak (Ruggiero, Bellamàre, Mar-de-Dentro, entre outros).

            Por fim, uma pergunta: por que Marcus não parecia ter notado o sujeito de capuz? “Que sujeito de capuz?” ele pergunta, ao Mak mencioná-lo.

            Até a próxima, aventureiras e aventureiros!

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