Análise Visual – Capítulo 3

(Por Ana Clara)

                Uma das melhores partes de desenhar é poder fazer florescer todo tipo de planta e levantar construções em algumas horas, do jeito que quiser.

                Eu estava muito ansiosa para fazer a análise visual do Capítulo 3, porque o processo, desde a pesquisa até a concepção, foi bastante maneiro. Pra ser sincera, tenho curtido falar de todas elas e já estou animada pra falar das próximas (hahaha). Mas nessa em específico eu tive muito carinho porque pude aproveitar para criar muitas plantinhas e até mesmo descobrir como nascem alguns vegetais que adoro comer, hehe.

                Então, vamos lá, que o terreno é grande!

               Comecei fazendo um estudo da composição, como seria o melhor ângulo pra mostrar a cena. Resolvi ousar com uma perspectiva mais inclinada e de vista superior. Pra isso usei de tudo para me ajudar: consulta com amigo da área de 3D (obrigada, Leandro, sempre me salvando!), usando toscamente o programa 3D Blender (o qual uso somente de curiosa e com um total de zero desenvolturas), estudando pelo livro Perspective Made Easy do Ernest R. Norling e mais uma dezena de tutoriais do Youtube. Quem desenha sabe como perspectiva pode ser extremamente difícil, especialmente quando não se tem muita prática. Aceitei o desafio que eu mesma criei, apanhei bastante, mas saiu razoavelmente bom (se alguém aí for mestra ou mestre em perspectiva, me fala, por favor!).

                Com a composição definida, parti pra pesquisa de referências. Uso um programa (gratuito) chamado PureRef, para compilar tudo em um único quadro e poder navegar rapidamente por todas as imagens escolhidas. Ele tem boas funcionalidades para quem ilustra digitalmente, ainda estou desbravando todas as suas funcionalidades.

                Quem leu o Capítulo 3 sabe: os monges têm várias plantações. Fora isso, ainda há uma muralha de árvores ao redor. É muita planta meeesmo! Não desenhei folha a folha de cada uma (algumas foram repetições de uma mesma, porque ilustradora também é gente), mas cada detalhe foi planejado e pintado com cuidado. Fiz o esboço (por alto) de tudo a mão, para marcar o lugar de cada coisa e dar uma ideia de tamanhos, mas sem finalizar cada detalhe. Como eram elementos que se repetiam, poderia criá-los mais facilmente direto no digital.

                Vou colocar alguns detalhes das plantações, já que na ilustração final ficam tão longe!

                Na primeira imagem você pode ver, no sentido horário começando da primeira da esquerda em cima: aveia, trigo, brócolis, cenoura, beterraba e batata doce. Fora do cercado, à esquerda, estão as goiabeiras. Na segunda imagem, começando na plantação à esquerda acima: melancia, milho, um terreno ainda sendo trabalhado, e um sistema rústico de isolamento para uma área alagada onde plantam arroz. Do lado de fora do cercado, à direita, jaqueiras e mamoeiros.

                Ao centro, vemos Andrei chegando no vilarejo. Sua capa se move enquanto caminha e está com seu arco em mãos, enquanto cumprimenta seus amigos monges, que retribuem com uma reverência. Note que os monges estão segurando as cenouras que acabaram de colher, realmente pararam o que faziam para cumprimentar o aventureiro! Andrei é iluminado pelos raios solares em seu caminho, um artifício visual para destacá-lo na cena e mostrar sua importância.

                E, por fim, o moinho, o centro da cena. Como descrito no capítulo, ele é razoavelmente conservado, apresentando alguns desgastes do tempo. Logo, coloquei alguns de seus tijolos de pedra à vista. Seu destaque está na única hélice remanescente, com apenas alguns pedaços das hastes restantes, já derrubadas pelo tempo. Danilo está sentado na escada de entrada e, no andar onde há o dormitório, encontra-se um monge (quase camuflado com a estrutura) lendo um livro, talvez em seu tempo livre ou parte de algum estudo.

                Em toda a imagem é possível ver monges fazendo suas atividades. Gosto de pensar na função de cada um ali e divagar sobre seu estilo de vida e suas motivações em cada atividade. Convido para que você faça o mesmo e explore a cena tal qual uma aventureira ou aventureiro faria! 😊

                E é só isso tudo! Todo o processo de pintura levou cerca de 20h (espaçadas em vários dias), pois foram muitos detalhes e tudo muito pequenininho! Eu mesma não havia notado quanto tempo levei, porque curti muito o processo!

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