Análise Textual – Prólogo

(Por Thiago)

            Olá, aventureiras e aventureiros! Conforme dissemos no Sobre (link), desejamos compartilhar com vocês também o processo criativo de Illuria, comentar sobre as escolhas durante a criação, as técnicas utilizadas, e mostrar o que acontece aqui do outro lado da tela. Queremos não apenas contar uma boa história, mas também conversar sobre ela com nossos leitores. Um diálogo aberto. Surgiu, então, a ideia para os posts de Análise. Estes acontecerão da seguinte forma: como os capítulos são publicados aos domingos (às 10:30), durante a semana dissecaremos o texto às terças-feiras, com a análise textual por mim, e a ilustração às quintas-feiras, com a análise visual pela Ana. E, claro, tudo sem spoilers. 😉

            Dito isto, sem mais delongas, passemos à análise do Prólogo, a qual quero iniciar com o significado dicionarizado desta palavra.

Prólogo substantivo masculino

1. (Teatro) No antigo teatro grego, a primeira parte da tragédia, em forma de diálogo entre personagens ou monólogo, na qual se fazia a exposição do tema da tragédia.

2. (Teatro) Em uma peça teatral, cena ou monólogo iniciais, em que geralmente são dados elementos precedentes ou elucidativos da trama que se vai desenrolar.

3. (Teatro) A primeira personagem a entrar em cena, a que expõe o prólogo.

4. (Música) Introdução a algumas óperas, geralmente estranha ao enredo.

5. (Bibliologia) Mesmo que Prefácio.

            Em resumo, um prólogo é uma introdução, um primeiro contato com a narrativa, uma porta de entrada. No caso de Illuria, a introdução, que normalmente traz o início de algo, mostrou-nos uma história chegando ao fim. Os aventureiros Mijbar, Vriitja, Trûr, Sandrine e Zacarias – também conhecidos como Os Cinco de Illuria, ou simplesmente Os Cinco – estão a um passo de concluir sua missão; eles já encontraram o templo que procuravam e já estão prestes a entrar nele. De cara isso levanta algumas questões. O que os heróis faziam antes de chegar aqui? E onde eles estão? Como chegaram até a torre misteriosa?

            No prólogo, fomos apresentados aos Cinco de Illuria, porém, tudo o que aprendemos a respeito do time é o seu intuito: resgatar um livro sagrado, o Livro dos Tempos; uma espécie de bíblia, se formos comparar com o nosso mundo, com a diferença que o Livro dos Tempos parece ter um único exemplar, o qual teria sido escrito por uma entidade chamada Illuri, sobre quem ainda não se sabe muito. Aprendemos também o motivo para buscarem o tomo: evitar uma guerra santa entre as raças (quais raças?). Zacarias, o narrador do prólogo, não nos conta muitos detalhes sobre isto, nem sobre o conflito em si, tampouco se descobriram o livro atrás da porta. Diante de todas estas questões, eu só posso dizer o seguinte: prometo que, no devido tempo, todas as perguntas serão respondidas, estas e outras tantas que porventura surjam pelo caminho. A melhor parte de toda história é ir desvendando seus enigmas ao longo do percurso, não é mesmo? Estamos apenas começando.

            Outro ponto sobre o qual quero discorrer é justamente o narrador. Eu, pessoalmente, amo narradores em 1ª pessoa e o que me atrai neles é justamente sua maior limitação: eles não são onipresentes e oniscientes, não estão em toda parte, não sabem de tudo o que ocorre, como os narradores em 3ª pessoa. Narradores em 1ª pessoa estão limitados a seu ponto de vista, não podem ver além dos seus próprios olhos, opiniões e crenças. E esta é, na minha concepção, a parte mais legal a respeito deles: como saber se o que dizem é verdade ou mentira? Posso adiantar que Illuria será inteiramente narrado em 1ª pessoa, de modo que caberá aos leitores fazerem o papel de detetive e enxergar não somente as linhas, mas também as entrelinhas; o que está oculto por trás da história, o que se esconde atrás do que não foi dito. Esta parte é com vocês, não posso influenciar nisso; ajuda-los seria priva-los do prazer da descoberta. As análises servirão como estímulos, mas não divulgaremos aqui nenhuma revelação que não tenha antes aparecido na trama.

            Quero chamar atenção para um detalhe, contudo – as últimas linhas do prólogo, que copio: “Trecho do manuscrito original jamais publicado da continuação de Os Cinco de Illuria, escrito por Zacarias Estrelado”. Isto nos mostra que o prólogo que acabamos de ler foi, na verdade, escrito por um personagem. E mais, não se trata de uma escrita qualquer, mas de um “manuscrito original jamais publicado” da continuação de outro livro! Este outro livro, intitulado “Os Cinco de Illuria”, é mencionado no prólogo e aprendemos que foi também Zacarias o seu autor; ele chega a citar que a Porta Ornamentada é descrita neste outro livro. Ora, se a Porta é descrita lá, por que a descrever novamente no seu novo livro? E por que este segundo livro jamais foi publicado? Mais mistérios para desvendarmos.

            Por fim, chamo a atenção dos leitores de Illuria para algo que pode facilmente passar despercebido. Uma frase repete-se três vezes ao longo do prólogo, embora dita por três personagens distintos e com pequenas diferenças entre cada versão. “Afinal, lá estávamos”, Zacarias escreve logo no início do capítulo; “Afinal, cá estamos!”, Mijbar comemora subindo a escada; “Afinal, aqui estamos!”, Sandrine exclama indo checar a fechadura. O que isto significa? Podemos conjecturar que há uma conexão de ideias entre os três, ao ponto de ecoarem uns aos outros sem perceber. Mas teria Zacarias escrito isso sem querer e sem perceber, assim, por acaso? Com tantas questões em aberto, só nos resta teorizar e imaginar. Encerro minha análise com a pergunta proposta pelo próprio mago ao final do prólogo: “Vocês estão preparados para a verdade?”.

            Por ora, é só, aventureiras e aventureiros! Na quinta-feira a Ana vem com a análise visual da ilustração (que, por sinal, ficou lindona, vocês curtiram?) e, no domingo, às 10:30 pontualmente, o capítulo 1 chega fresquinho pra vocês. A propósito, vocês já exploraram o site? Deixo aqui uma pista pra instigar a curiosidade: no menu do topo, temos os Capítulos (link). Já repararam que, além dos capítulos postados, lá também aparece o título do próximo? Sssshhhh, psiu, segredo hein, não foi eu que contei! Até breve! 🙂

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